O julgamento da tragédia do Ninho do Urubu pode sofrer uma reviravolta no processo após confissão comprometedora do delegado Márcio Petra. Conforme divulgou o portal “Metrópoles”, o responsável por pedir o indiciamento do ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, admitiu ter consultado informalmente Cacau Cotta, atual diretor de Relações Externas do clube.
Nas conversas, o dirigente Rubro-Negro teria isentado a culpa do acidente da gestão do presidente Rodolfo Landim. Deste modo, automaticamente, Cacau apontou o foco das investigações a Bandeira de Mello, antecessor do atual mandatário. A tragédia que matou 10 Garotos do Ninho aconteceu em fevereiro de 2019, 39 dias após a troca de poder no clube.
Márcio Petra admitiu na audiência as conversas com Cacau Cotta. Em defesa do procedimento, o delegado afirmou não conhecer muito de futebol, e ter consultado o conhecido para poder saber como funcionava a organização institucional do Mais Querido. Ele ainda confirmou que o contato foi de maneira “informal”.
“Ele não fez contato comigo. Eu que fui até ele, porque ele era referência para mim do Flamengo. Eu não gosto de futebol, não tenho time, né. Então ele, para mim, era a pessoa que poderia me dar a estrutura do Flamengo. Eu não queria nomes, eu queria a estrutura. Como que o Flamengo comportava e basicamente as responsabilidades”, disse o delegado.
Defesa
Para a defesa de Bandeira de Mello, determinada situação teria influenciado as investigações. Assim, os representantes do ex-presidente do Flamengo pediram a abertura de procedimento apuratório investigativo contra o delegado.
“As declarações de Luiz Claudio Cotta versaram sobre questões intimamente ligadas ao objeto do inquérito policial, sobretudo aquelas relativas ao escopo de trabalho da Diretoria, Vice-Presidência e Presidência do Flamengo. Foram justamente considerações dessa índole que levaram o Representado [Petra] à questionável conclusão de que o Representante [Bandeira de Mello] seria o gestor com ‘domínio final do fato”, alega a defesa.
Cacau Cotta
O portal Paparazzo Rubro-Negro entrou em contato com o atual diretor de Relações Externas do Flamengo, Cacau Cotta, que informou que se pronunciará oficialmente sobre o caso após reunião com a própria assessoria. Contudo, adiantou que não há inquérito nenhum e afirmou: “O advogado de defesa de Eduardo Bandeira de Mello quer criar uma narrativa falsa. Quem acusa não sou eu, é o Ministério Público”.
Publicado em diariodofla.com.br