José Boto, diretor técnico do Flamengo, concede entrevista ao portal português ‘A Bola’ para falar sobre os primeiros meses de trabalho no Mengão. Entre os temas comentados, o dirigente revelou que projeta um período vitorioso no futebol brasileiro e o ponto alto de sua carreira após diferentes experiencias na Europa.
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Boto afirma estar feliz com o projeto do Flamengo e confia que a equipe pode manter o bom momento atual por toda a temporada. Assim, mesmo ponderando sobre a imprevisibilidade do futebol, manifesta o desejo de se estabelecer e conquistar títulos com o Rubro-Negro.
Prós
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“No futebol, devemos ter sonhos, não planos de carreira rígidos. Quando estava no Benfica, achava que nunca sairia. Era o maior clube português e eu gostava dele não só profissionalmente, mas afetivamente. No entanto, nos últimos oito anos, rodei a Europa e o mundo. Agora, com quase 60 anos, acho que gostaria de estar aqui por mais tempo e viver o momento mais alto da minha carreira”, disse Boto, que completou 60 anos neste domingo (2).
Algo que José Boto destacou ao longo de toda a entrevista ao falar do Flamengo foi a dimensão do clube. Ele exalta como todos os acontecimentos no clube possuem uma grande repercussão, chegando até a níveis internacionais, a faz uma comparação com o Benfica, clube que classifica como o maior de Portugal. O diretor afirmou que a repercussão é “40 vezes” maior no Flamengo.
“Não que ganhar no Brasil seja mais importante do que ganhar com o Benfica, mas certamente terá outro sabor e dimensão. (…) O Flamengo é um clube com uma dimensão… é um Benfica multiplicado por 40. Tudo o que se passa tem uma repercussão enorme, algo que qualquer um de nós da Europa não está habituado”, comentou.
A força da Nação Rubro-Negra também impressionou o dirigente português. Boto comentou a presença massiva de torcedores rubro-negros em Brasília, quando a equipe foi disputar rodada do Carioca, e depois da grande festa feita em Belém para a Supercopa do Brasil.
Vamos jogar jogos do estadual, Brasília, e são centenas e centenas de pessoas à espera do ônibus no aeroporto, depois mais centenas e centenas de pessoas à espera do ônibus no hotel. Quando jogamos a Supercopa em Belém, houve pessoas que não saíram da porta do hotel, durante horas e horas e horas, na esperança de ver um jogador ou um contacto com o treinador.
Mas José Boto revela que também foi alertado sobre a “outra face da moeda” de ter a maior e mais apaixonada torcida do Brasil: os momentos que as coisas não vão bem em campo. Ele celebra o bom início e reforça a confiança no time para manter a fase até o final da temporada.
Diferenças culturais e importância de Filipe Luís
Em outro momento da entrevista, José Boto comenta sobre as diferenças que encontrou no Brasil depois de tantos anos na Europa. O dirigente trabalhou em Portugal, Ucrânia, Grécia e Croácia antes de aceitar o desafio rubro-negro.
Foram feitas mudanças, principalmente no dia a dia do Ninho do Urubu. Mas, além do conseguiu mudar, o dirigente ponderou que há assuntos que passam pelo fator cultural. Ou seja, dizem sobre a necessidade de adaptação do dirigente do que alterações. Um exemplo é o arroz e feijão nas refeições.
“Eu acho que às vezes há algum tipo de comida no pré-jogo que não é normal ter na Europa, mas aqui é normal. Mas se tu retirares aquilo terás mais problemas do que ganhos, não é? Aqui o feijão com arroz é diário. Na Europa, se colocasse feijão com arroz num pré-jogo, ninguém comeria, nem ninguém se lembraria de colocar isso no menu”, disse, antes de citar a importância de Filipe nesses temas:
“Mas há aqui uma coisa muito boa, a interação com o Filipe Luís, que me explica também essa parte cultural. Ele que teve a sua carreira quase toda na Europa, e depois também aquilo que é cultural e que se calhar não vale a pena mexermos”, finalizou.
Publicado em fla.mundobola.com/