Estádio do Flamengo: Chicca indica ‘soluções criativas’ para reduzir custos

Depois de o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, estimar o custo do estádio do clube em cerca de R$ 3 bilhões, o arquiteto e pesquisador Fabricio Chicca usou a criatividade para buscar algumas soluções e reduzir o montante. Entre os tópicos, estão ações que podem ser tomadas ainda antes da construção da arena, enquanto outras vão de custos de manutenção a controle inteligente do sistema de iluminação. A declaração de Bap veio logo após a vitória sobre o Maricá, que selou o título da Taça Guanabara.

Um dos pontos analisados por Chicca foi a fachada — que, além ter a altura de um prédio de 20 andares, trouxe uma estrutura complexa. Segundo ele, é possível buscar várias maneiras de poupar os custos da construção com a simplificação de algumas áreas.

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“A estrutura, por exemplo, da fachada, estrutura externa, ela pode ser simplificada. Aparentemente, a estrutura não é simples. Então, até isso, que estou chamando de ‘inegociável’, talvez dê para negociar. Não é um projeto simples. Talvez o projeto precise ser simplificado. Talvez haja até uma economia na questão estrutural. Então, eu falo: ‘Vem cá, precisa dessas colunas? Precisa dessa rampa? Não dá para simplificar essa rampa? O que é essa membrana aqui pelo lado de fora? Não, vamos simplificar essa circulação'”, explicou Chicca.

Outra sugestão mencionada pelo arquiteto foi uma concorrência entre construtoras. Segundo Chicca, é uma estratégia já utilizada por ele antes, e precisa envolver necessariamente a redução de alguns custos. Para isso, porém, o clube precisaria autorizar mudanças no projeto.

“Chama os engenheiros, simplifica. Abre uma concorrência entre construtoras. Coloca esse item no edital, da concorrência entre as construtoras. As construtoras vão trabalhar a reengenharia desse projeto com a arena, se for a arena a conduzir o projeto. Meta de redução de custo de superestrutura em 20%, sendo autorizadas sugestões de alteração de projeto de arquitetura. Pumba! Os caras vão trabalhar para fazer isso. Cansei de fazer isso. Sempre dá certo”, sugeriu.

Outros setores também foram alvo de sugestões, como os materiais usados na construção e até o tempo da obra. Para ele, é necessário priorizar os custos, e alongar o período pode ajudar nessa tarefa.

“Revisão de custos em outras áreas, custos de materiais e fornecedores, alternativas mais eficientes em projetos de execução. Agora, vamos também olhar para a questão do tempo de obra, ver se alongar o tempo de obra faz o projeto ficar mais barato, se encurtar o período de obra faz o projeto ser mais barato. Tudo isso é um processo que normalmente acontece mais para frente. Mas, como é uma pressão de custo, tem de fazer hoje”, afirmou.

Alguns outros pontos levantados por Chicca:

• “Revisão de acabamentos de luxo ou desnecessários”
• “Eliminação de áreas que não agregam receita”
• “Controle digital de iluminação e climatização com sensores inteligentes”
• Redução de espaços administrativos
• Redução de custos operacionais (luz, água, segurança, etc.)
• Acesso com biometria para reduzir custos com segurança
• Terceirização em áreas operacionais
• Pesquisa por materiais mais baratos com mesmo desempenho
• Pré-contrato de aluguel de espaços internos, como restaurantes e lojas

Enquanto ainda pensa nos próximos passos do estádio, o Flamengo tem compromisso pela frente no Carioca. Neste sábado (2), o time encara o Vasco, pelo jogo de ida da semifinal. O horário ainda será divulgado pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).